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Mente sã

Costumas dormir pouco? Esse

hábito nocivo influencia até

os teus pensamentos!

Pensamentos negativos e repetitivos podem ser culpa da falta de sono

Um novo estudo sugere que dormir menos de oito horas por noite pode potenciar o transtorno do Pensamento Repetitivo Negativo (PRN), caraterístico dos estados de ansiedade e depressão

A ligação entre depressão e insónias, no sentido em as pessoas que sofrem de depressão apresentam uma maior dificuldade em adormecer, já tinha sido encontrada. Agora, um novo estudo olhou para a mesma ligação mas em sentido contrário, focando-se sobretudo num aspeto comum da depressão e ansiedade: a presença de pensamentos negativos repetitivos.

A investigação, liderada por Meredith E. Coles e Jacob A. Nota da Universidade de Binghamton, observou 52 adultos que tinham obtido uma pontuação elevada no Perseverative Thinking Questionnaire (PTQ), um inquérito formulado especialmente para avaliar a intensidade deste distúrbio.

Os participantes, a quem foi pedido que descrevessem a sua rotina de sono, foram expostos a imagens negativas (com armas, facas e animais perigosos, por exemplo), positivas (incluíam fotografias da natureza e de desportos) e neutras (com objetos do dia a dia como itens de decoração).

Os investigadores usaram uma tecnologia de rastreamento ocular para medir a atenção que os indivíduos davam a cada imagem e concluíram que as pessoas que dormiam menos de 8 horas por noite ficavam mais tempo a dar atenção às imagens negativas e tinham uma maior dificuldade em libertar-se do que tinham visto.

Estes resultados sugerem que a falta de sono está relacionada com a incapacidade de ultrapassar pensamentos negativos, que estão muitas vezes associados a estados de depressão e ansiedade.

Meredith Coles, uma das autoras do estudo, afirma, que "foi possível perceber que as pessoas neste estudo têm tendência em ficar com os pensamentos 'presos' na cabeça, o que torna mais difícil o desvinculamento dos estímulos negativos que lhe apresentámos" , e acrescenta que "enquanto as outras pessoas conseguem receber informação negativa e seguir com a sua vida, estes participantes têm muita dificuldade em ignorá-la".

Não foi possível esclarecer por que razão os inquiridos têm mais dificuldade em ultrapassar episódios negativos mas os autores acreditam que esta ligação "pode ser explicada por uma redução dos recursos cognitivos disponíveis, em particular dos necessários para inibir informação e lidar com nova informação." e esclarecem ainda que "é possível que a interrupção do sono seja um segundo golpe para o controlo da atenção em indivíduos que já são mais vulneráveis na resposta subjetiva e/ou fisiológica a informação negativa".

http://visao.sapo.pt/visaomais/2018-01-11-Pensamentos-negativos-e-repetitivos-podem-ser-culpa-da-falta-de-sono

 

 

 

 

 

Abaixo a resignação!

Jorge Bucay utilizou este conto para explicar a um jovem que podia mudar certo tipo de comportamento se confiasse mais em si mesmo. Este é sem dúvida um belíssimo exemplo a usar para incentivar as crianças e jovens a tentarem de novo, a não ficarem presos à sua noção de incapacidade que muitas vezes não é senão falta de confiança."

Em pequeno, adorava o circo e aquilo de que mais gostava eram os animais. Cativava-me especialmente o elefante que, como vim a saber mais tarde, era também o animal preferido dos outros miúdos. Durante o espetáculo, a enorme criatura dava mostras de ter um peso, tamanho e força descomunais… Mas, depois da sua atuação e pouco antes de voltar para os bastidores, o elefante ficava sempre atado a uma pequena estaca cravada no solo, com uma corrente a agrilhoar-lhe uma das suas patas.
No entanto, a estaca não passava de um minúsculo pedaço de madeira enterrado uns centímetros no solo. E, embora a corrente fosse grossa e pesada, parecia-me óbvio que um animal capaz de arrancar uma árvore pela raiz, com toda a sua força, facilmente se conseguiria libertar da estaca e fugir.
Que mistério, o que é que o prende, então?
Porque é que não foge?
Quando eu tinha cinco ou seis anos, decidi questionar vários adultos sobre o mistério do elefante. Um deles explicou-me que o elefante não fugia porque era amestrado.
Fiz, então, a pergunta óbvia:
— Se é amestrado, porque é que o acorrentam?
Não me souberam responder. Fui crescendo e quando via o circo lembrava-me sempre do elefante e continuava a questionar-me, até que um dia me deram a resposta:
– O elefante do circo não foge porque esteve atado a uma estaca desde que era muito, muito pequeno.
Fechei os olhos e imaginei o indefeso elefante recém-nascido preso à estaca. Tenho a certeza de que naquela altura o elefantezinho puxou, esperneou e suou para se tentar libertar. E, apesar dos seus esforços, não conseguiu, porque aquela estaca era demasiado forte para ele.
Imaginei-o a adormecer, cansado, e a tentar novamente no dia seguinte, e no outro, e no outro… Até que, um dia, um dia terrível para a sua história, o animal aceitou a sua impotência e resignou-se com o seu destino.
Esse elefante enorme e poderoso, que vemos no circo, não foge porque, coitado, pensa que não é capaz de o fazer.
Tem gravada na memória a impotência que sentiu pouco depois de nascer.
E o pior é que nunca mais tornou a questionar seriamente essa recordação.
Jamais, jamais tentou pôr novamente à prova a sua força…
Pobre elefante continua a pensar que não é capaz
– Não consigo e nunca hei de conseguir.
O que o elefante não sabe é que a única maneira de saber se é capaz é tentando novamente, de corpo e alma… e com toda a forca do seu coração!

http://www.fabulasecontos.com/o-elefante-acorrentado-2/

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