EM BOM PORTUGUÊS
"DE O" ou "DO"
1.
A) Escreve-se "de o", "de a", "de os", "de as", quando a
preposição de não está ligada pelo sentido ao artigo,
mas a uma forma verbal infinita que venha à frente:
a) O facto de o meu amigo ser boa pessoa não quer dizer que…
b) O facto de as casas serem de tijolo torna-as de mais fácil construção.
c) Apesar de este diretor gostar de trabalhar…
d) Apesar de os esforços terem sido…
e) O caso de o António ser trabalhador…
f) A forma de um jovem progredir é…
g) Eu saí antes de ele falar.
h) Apesar de essas palavras não agradarem
i). Além de isso não se concretizar…
j) Apesar de alguém poder…
A regra é esta: a preposição de não se contrai com o determinante ou pronome quando ela está ligada a uma palavra que venha mais à frente.
B) Quando a preposição "de" inicia uma oração também não se deve contrair:
a) Gosto do facto de a aula ser de manhã.
b) Aprecio a ideia de o feriado ser gozado hoje.
c) Por causa de um médico me ter dito que o tabaco faz mal…
C) Quando o determinante é a primeira palavra do título de uma obra, também não se contrai:
a) Em Os Lusíadas, Camões exalta os lusitanos.
b) Baseando a minha vida em O Alquimista, comecei a viver melhor.
2. Escreve-se "do", "da", "dos", "das", quando a preposição "de" está ligada pelo sentido ao determinante ou pronome:
a) Eu saí antes dele.
b) Apesar dessas palavras, continuo na minha.
c) Além disso, há outras coisas.
d) Isto é dalguém que esteja aqui?
e) Segundo a opinião deste diretor, as coisas não são assim
f) Dalgumas pessoas que aqui estão nada tenho que dizer.
g) Ela gosta do marido, apesar dos defeitos dele.
h) Foi a casa dela a pé apesar da enorme distância.
Mal ou mau?
Estas palavras, que existem na língua portuguesa, têm significados diferentes e por isso têm de ser usadas em situações também diferentes:
Mal é o antónimo de bem.
Mau é o antónimo de bom.
Assim, quando quisermos utilizar uma destas palavras e tivermos dúvidas, basta pensar nos seus antónimos, vendo deste modo qual fica mais correto na frase.
Por exemplo:
-
Que mau trabalho (antónimo: ser bom)
-
Estou a sentir-me mal! (antónimo: sentir-se bem)
Para saber mais:
Mal:
Como advérbio: esta palavra refere-se a algo feito de modo diferente do que devia ser, de forma irregular, imperfeitamente, de modo insatisfatório.
Como substantivo: esta palavra refere-se àquilo que é contrário ao bem, à infelicidade, desgraça, calamidade, prejuízo, defeito, imperfeição, ofensa, aflição.
Como conjunção: esta palavra significa logo que, assim que.
-
Fizeste tudo mal. (advérbio)
-
Nem sabes o mal que me causaste. (nome comum)
-
Mal entrei em casa, os meus pais abraçaram-me (conjunção subordinativa temporal)
Mau:
Como adjetivo: esta palavra significa algo algo que não é de boa qualidade, que não tem bons instintos, imperfeito, nocivo, difícil, malvado, cuel, ordinário, inadequado, imoral.
Como nome: esta palavra significa mal, indivíduo mal intencionado.
-
Ele é um mau amigo.
-
Ele seguiu por maus caminhos.
A maioria das pessoas... foi/
a maioria das pessoas... foram
Há duas regras que dizem o seguinte:
Regra A: o verbo pode ir para o plural, quando atribuímos a acção do verbo, mas separadamente, aos indivíduos que formam o colectivo:
"A maior parte dos alunos foram ao passeio".
Chama-se a este tipo de concordância o seguinte: concordância siléptica.
Regra B: O verbo fica no singular, quando concorda com o nome coletivo.
"A maioria dos homens não quer salvar-se."
Chama-se a este tipo de concordância o seguinte: concordância gramatical.
Atenção:
Deve preferir-se o singular, quando a acção do verbo se refere ao nome coletivo e não a cada ser separadamente.
Então, devemos dizer e escrever:
"A maioria dos chefes prejudica a disciplina".
Há gramáticos que se limitam a admitir as duas construções, e não fazem mal, porque simplificam. Embora se admitam, convém preferir a sintaxe da Regra B, que é a concordância gramatical, ou seja, a concordância lógica.
Mais exemplos:
"Um grupo de trabalhadores da empresa X fez uma manifestação".
Eis a explicação para a preferência pela concordância com o singular: o "grupo de trabalhadores da empresa" está apresentado como um grupo coeso, mais como uma unidade do que como uma pluralidade.
Devido ou Derivado?
Estas expressões não têm o mesmo sentido e por isso empregam-se em situações diferentes.
Para um uso correto, a palavra "derivado" deve ser acompanhada da preposição "de" (tal como o verbo derivar) e a palavra "devido" deve ser acompanhada da preposição "a" (tal como o verbo dever-se).
A expressão devido a significa: por causa de; graças a; em virtude de.
exemplos:
-
O fornecimento de água foi suspenso devido a uma rutura dos canos;
-
É provável que o preço do gasóleo suba devido à subida do preço do barril;
-
Os dados são inconclusivos devido ao pequeno número de amostras.
A expressão derivado de significa: que se derivou; desviado (do seu curso); proveniente; originado;
exemplos:
-
O verbo propor é derivado do verbo pôr. (= proveniente de);
-
O iogurte é derivado do leite.
-
Estão proibidos quaisquer produtos derivados do petróleo.
Uso incorreto:
-
Ele tem a perna engessada derivado ao acidente.
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O carro derrapou derivado à chuva.
-
As pessoas vivem com dificuldades derivado à crise